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Sob ameaça de tiroteio, crítica de videogames cancela evento

A feminista Anita Sarkeesian teve que cancelar uma palestra depois de receber mensagens com ameaças

17 out 2014 - 17h37
(atualizado às 17h43)
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<p>Anita Sarkeesian analisa a forma negativa como mulheres são retratadas nos games</p>
Anita Sarkeesian analisa a forma negativa como mulheres são retratadas nos games
Foto: Facebook / Reprodução

Ela começou com uma conta no Youtube e foi parar na capa do New York Times. Neste meio tempo, a feminista canadense Anita Sarkeesian produziu filmes para a sua série Feminist Frequency, na qual aponta a forma como mulheres são mal retratadas em jogos de videogame. As informações são do site da revista Rolling Stone.

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Nos vídeos, ela mostra como a maior parte das mulheres é colocada de forma sexista, com personagens que vão desde princesas a serem resgatadas, até prostitutas a serem assassinadas. 

Com isso, ela se tornou a inimiga número um de uma comunidade reacionária de viciados em videogame que se uniram sob a hashtag #GamerGate, com uma ampla campanha de ameaças e perseguições.

Essa semana, ela foi obrigada a cancelar uma palestra na Universidade Estadual de Utah, após um anti-feminista ameaçar fazer um tiroteio em massa. Agora, ela está diante de um problema que vai ter que aprender a lidar, como mostra entrevista concedida à revista.

Questionada sobre por que tal série suscitou tanta raiva, ela disse que há uma “toxidade em jogos de comunidade e na cultura da tecnologia que impulsiona este ódio misógino”. “GamerGate é uma birra sexista [risos]. Esta é uma maneira boba e engraçada de se colocar isso, mas é o que se sente, certo? Eles estão indo atrás das mulheres que estão tentando fazer mudanças na indústria. Estão atacando qualquer um que apoie as mulheres”.

Sobre o cancelamento das palestras em Utah, ela afirma que a universidade recebeu ameaças específicas contra sua vida e a dos alunos que frequentam suas conferências. “Os e-mails incluem uma lista de armas à disposição do autor. Estes e-mails não só ameaçam representar o pior tiroteio na história americana, mas a linguagem nas mensagens também foi muito semelhante, até mesmo mencionando tiroteios misóginos anteriores como o massacre de Montreal na Ecole Polytechique, cometido por Marc Lépine e o tiroteio de Santa Barbara, por Elliot Rodger no último mês de maio”, afirmou.

Ela conta que, antes disso, havia passado por cima das ameaças sendo que, em todas as vezes, medidas de segurança apropriadas foram tomadas. “Essa vez foi diferente. Quando falei com a polícia de Utah sobre medidas de segurança, exigi detectores de metal para ter certeza de que armas não entrariam no auditório. A polícia respondeu que não faria nenhum tipo de triagem por conta das leis de porte de arma de Utah”, contou.

Sendo assim, ela reforça, sentiu que seria irresponsável colocar a própria vida e a dos alunos em risco.

Apesar das críticas, Anita aprecisa o impacto que causa na área. “Enquanto sou atacada por ser feminista, é legal ver que pessoas que podem estar em cima do muro ou um pouco desconfortáveis com o termo ‘feminista’ ainda estão dispostas a pelo menos ouvir o que tenho a dizer. Isso é incrível”, observou.

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Fonte: Terra
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