Review - Child Of Light

Não é comum vermos grandes desenvolvedoras de games apostando em ideias novas. Na maioria das vezes, somos apresentados a jogos com grandes gráficos, uma trama complexa e que seguem uma fórmula pré definida. Se pensarmos na Ubisoft, por exemplo, o lançamento mais esperado da empresa é Watch Dogs. Porém, Child Of Light, lançado nesta quarta-feira (30), nada contra a maré e aposta na criação de algo novo. Inspirado em contos de fada infantis e obras de arte, o RPG criado pela Ubisoft Montreal impressiona com seu visual, que utiliza o mesmo motor dos games de Rayman, e sua história, contada totalmente em forma de rimas, inclusive na versão dublada e legendada em português. Child Of Light consegue reunir a beleza de artístico de um quadro com a diversão de um jogo, tornando-se uma verdade obra de arte viva.

O game conta a história de Aurora, filha de um duque da Áustria e que acorda em um mundo diferente e mágico chamado Lemuria. Para encontrar seu caminho de volta para casa, a protagonista precisa explorar a terra e o céu deste reino e, ao mesmo tempo, impedir os atos maléficos da Rainha da Noite. Ela também conta com a ajuda de Igniculus, uma esfera de luz que auxilia a protagonista durante as batalhas e também enquanto ela explora este novo 

Inspirado em contos de fada clássicos, a trama do game apresenta todos os elementos que estamos acostumados em ver na nossa infância, fazendo com que o jogador se familiarize com a história em pouco tempo. Apesar disso, Child Of Light traz elementos únicos e que ajudam a tornar o game diferente.

O visual é um dos grandes atrativos. Por não ter um compromisso com a realidade, é difícil julgar os gráficos do jogo, mas isso pouco importa se levarmos em conta a beleza estética que ele possui. Com tons de aquarela, o game é uma pintura viva e dinâmica, na qual cada detalhe possui uma função visual. Igniculus, por exemplo, possui a função de levar a luz em cantos mais escuros, embelezando partes do mapa que muitas vezes passariam despercebidas.

Além de Aurora, outros personagens estão presentes e auxiliam a protagonista durante sua jornada. Durante as batalhas, todos eles possuem habilidades e poderes únicos, proporcionando um dinamismo maior e fazendo com que cada combate seja diferente. Todos eles possuem uma história e personalidade diferentes, sendo que a maioria deve cumprir um determinado objetivo secundário de forma a combater um medo ou obter uma satisfação pessoal. Finn, por exemplo, é um anão medroso que precisa enfrentar desafios e se tornar mais corajoso para reverter um feitiço que afetou a sua família.

Com as clássicas batalhas em turno, Child Of Light possui elementos inéditos, responsáveis por criar dinamismo maior e que, dependendo de como são usados, resultando em diferentes finais. Toda batalha possui uma barra de progresso com todos os personagens envolvidos. Quem chegar em uma determinada parte da barra pode escolher o seu movimento, como atacar, defender ou utilizar um item. Em seguida, existe o tempo até a execução da ação escolhida. Caso o personagem receba dano nessa etapa, ele é jogado para trás, dando vez para um inimigo ou aliado. Mais uma vez, Igniculus possui um papel importante. Em qualquer momento das batalha, ele pode ser usado para cegar os inimigos e retardar o seu progresso ou curar aliados. Dependendo de como é usado, a pequena bola de luz pode se tornar o diferencial entre uma derrota e uma vitória.

Child Of Light é um grande exemplo do potencial que desenvolvedores possuem quando livres para dar vida a sua imaginação. O game possui grandes elementos responsáveis por tornar o título único, como seu visual e a história contada em rimas e, por esse motivo, ele não deve ser apenas jogado visando o seu final. Child Of Light foi criado para ser apreciado aos poucos. Ele pode não conseguir atingir todos os perfis de jogadores, mas, sem dúvidas, cumpre seu papel como game por ser divertido e que proporciona grandes desafios.