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Alguns adeptos do videogame desconfiam de Obama

10 de novembro de 2008 15h44 atualizado às 16h00

Campanha de Barack Obama aparece no jogo de corrida Burnout Paradise para o console Xbox 360. Foto: Reprodução

Campanha de Barack Obama aparece no jogo de corrida Burnout Paradise para o console Xbox 360
Foto: Reprodução

O senador Barack Obama conquistou algumas manchetes no mês passado quando surgiu a informação de que sua campanha presidencial havia adquirido espaço publicitário em jogos do popular console Microsoft Xbox 360. Nos Estados norte-americanos que iniciaram a votação mais cedo, os anúncios, inseridos via Internet em videogames como Madden NFL '09, Burnout Paradise e outros títulos, lembravam o eleitorado jovem, ocasionalmente desinteressado em política, de ir às urnas.

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Mas alguns adeptos do videogame se declaram preocupados com outras interrupções, que vêem como mais sérias, em sua diversão com os jogos. Posts em blogs sobre as posições de Obama quanto aos videogames receberam centenas de comentários, e alguns leitores estavam preocupados com a possibilidade de que suas promessas de campanha de "pôr fim aos videogames" sinalizassem novas regulamentações ou restrições ao setor.

Política não é um assunto alheio aos adeptos dos videogames. De fato, os jogos são assunto recorrente de retórica de campanha.

Um site chamado GamePolitics, estabelecido por um grupo de defesa dos consumidores que favorece os videogames, afirmou em fevereiro que Obama havia feito discursos de campanha no qual ele utilizava o uso de videogames como metáfora para pessoas preguiçosas.

"Nós teremos de ser pais melhores, teremos de desligar os televisores e deixar de lado os videogames, e de instilar um senso de experiência em nossos filhos", disse Obama então. Um post no site lembrava aos leitores que Obama "não é contra os videogames, ele na verdade defende que as pessoas sejam melhores pais".

As respostas de Obama a um questionário apresentado pela organização sem fins lucrativos Common Sense Media, no ano passado, repetem essa idéia central. O então candidato indicou que apoiava que os pais controlassem o uso de televisores e videogames por seus filhos, e pedia que o setor de videogames oferecesse "melhor informação aos pais", e melhorasse seu sistema voluntário de classificação de censura. "Caso o setor decida não agir, então meu governo teria de fazê-lo", ele escreveu.

A eleição de Obama na semana passada voltou a colocar o assunto em pauta em alguns blogs. Um comentarista no 1up.com, um site de videogames controlado pela Ziff Davis Media, expressou uma visão cinicamente pragmática, repetida por diversos outros sites e organizações. "A única maneira pela qual videogames se tornariam assunto importante em qualquer presidência, em curto prazo, seria exatamente da mesma maneira que apareceram no passado: quando servem como um bode expiatório conveniente".

A assinatura da MSNBC: por enquanto, "o poder da mudança".

Um novo comercial para o canal de notícias a cabo MSNBC convida os espectadores a assistir à sua programação "e experimentar o poder da mudança".

O canal, uma subsidiária do grupo NBC Universal, estaria deliberadamente introduzindo um novo slogan que remete à retórica de campanha do presidente eleito Barack Obama? A MSNBC afirma que não é essa a intenção. Mas o comercial, que começou a ser veiculado na semana passada, reforçou as críticas dos muito adversários da emissora.

"Presidentes têm o poder de mudar vidas, de mudar rumos, de mudar o país", diz o narrador do comercial. Antes da eleição, o comercial citava o famoso discurso em que John Kennedy instava os cidadãos norte-americanos a perguntar não o que seu pais podia fazer por eles, mas o que eles podiam fazer por seu país. Na quarta-feira, o filme foi atualizado, e agora contém uma frase extraída do discurso pronunciado por Obama na noite de sua vitória eleitoral: "Neste momento de definição, a mudança chegou aos Estados Unidos".

Mencionando a percepção dominante de que a cobertura da MSNBC favoreceu Obama, Neal Boortz, um apresentador de rádio libertário, perguntou quarta-feira, no seu blog: "Será que podia ser mais escancarado?"

Os comentários de inclinação esquerdista oferecidos por apresentadores como Keith Olbermann e Rachel Maddow atraíram número recorde de espectadores para a programação do canal nos meses que antecederam a eleição presidencial de 4 de novembro.

O comercial sobre "mudança", enfeitado por bandeiras norte-americanas desfraldadas, parecia a alguns o início de uma nova campanha de marca, para suceder à campanha que define o canal como "o lugar da política", adotada cerca de um ano atrás. Mas Jeremy Gaines, porta-voz da MSNBC, sugeriu que a mensagem seria veiculada apenas temporariamente.

"'O poder da mudança' é um lema que estamos usando em uma campanha de promoção na semana da eleição. O lema da MSNBC continuará a ser 'o lugar da política'", ele disse.

Parecia claro que a MSNBC, ao tentar explorar o tema da "mudança", está tentando atrair os espectadores de inclinações mais liberais da mesma maneira que a Fox News tenta atrair os mais conservadores. Na noite da eleição, a Fox News conseguiu audiência muito maior que a da MSNBC ¿até o momento em que Obama foi pronunciado vencedor. Na hora da meia-noite, a MSNBC teve audiência média de 5,6 milhões de espectadores, ante os 3,9 milhões da Fox News.

Na quinta-feira, o âncora da MSNBC, Chris Matthews, declarou no telejornal matinal da emissora que ele desejava "fazer tudo que eu puder para conseguir que isso funcione, que essa nova presidência funcione". Em defesa de seu pronunciamento, ele declarou que "este país precisa de uma presidência de sucesso".

Os telespectadores dos Estados Unidos já estão experimentando o poder do jornalismo de opinião.

The New York Times
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