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Gamers ganham R$ 1,3 mil por mês testando jogos

25 de outubro de 2008 12h11 atualizado em 27 de outubro de 2008 às 12h54

Carlos Knippschild, que dirigiu a produção do Taikodom na Hoplon: 70 pessoas trabalhando na produção do game brasileiro. Foto: Fabrício Escandiuzzi/Terra

Carlos Knippschild, que dirigiu a produção do Taikodom na Hoplon: 70 pessoas trabalhando na produção do game brasileiro
Foto: Fabrício Escandiuzzi/Terra

A alta no mercado de produção de jogos eletrônicos está movimentando a economia de Santa Catarina e gerando uma série de empregos para jovens profissionais em Florianópolis: um exemplo é a função de "tester", desempenhada por pessoas bastante atentas que garantem que o produto final testado vá para o mercado sem erros ou falhas de programação; na ocupação de tester o salário inicial é de R$ 1,3 mil, enquanto designers experientes envolvidos diretamente na produção de um game podem ganhar até R$ 15 mil por mês.

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O pólo de games catarinense, criado em março de 2008 pelo governo do estado, já colhe os primeiros frutos, gerando lucros e dezenas de empregos para games designers, programadores, ilustradores, produtores e roteiristas.

Um dos exemplos deste sucesso é a empresa Hoplon, sediada na incubadora Celta, em Florianópolis, e que lançou oficialmente na última quarta-feira, dia 15, o game Taikodom, produzido sob o conceito Massive Social Game (MSG) e considerado o maior jogo online já desenvolvido no Brasil. O game representou investimentos de R$ 15 milhões e envolveu o trabalho de setenta pessoas durante mais de quatro anos anos de produção. O Taikodom é dedicado para os fãs de ação futurista e simula um mundo virtual ambientado no século XXIII, onde os jogadores sozinhos ou organizados realizam missões e pilotam aeronaves.

"Começamos a empresa com 15 pessoas no total e hoje temos 70 trabalhando somente na plataforma deste game", diz Carlos Knippschild, diretor do projeto Taikodom. "É um grande desafio gerenciar esse crescimento. A equipe foi crescendo muito rapidamente".

A empresa utiliza um estilo parecido com a da sede do Google, nos EUA, para estimular a criatividade de sua equipe. Um ambiente despojado, onde as reuniões são realizadas numa pequena sala sem nenhuma mesa ou cadeira, apelidada de aquário. "As reuniões têm que ser rápidas, com todo mundo em pé e sem horário pré-estabelecido", conta Knippschild. Na Hoplon, os funcionários não admitem que o jogo seja comparado ao Second Life, um simulador em 3D. "O Second Life não é um jogo", alertam.

Em todo o mundo, o mercado de jogos movimenta cerca de US$ 30 bilhões ao ano. Somente nos Estados Unidos foram US$ 18 bilhões no ano passado. Por ser um setor ainda novo no Brasil, as empresas de Santa Catarina ainda contam com vagas para profissionais qualificados para a criação de vários tipos de games.

O jovem Dênis Kerr Coelho, 27 anos, apostou na criação de jogos desenvolvidos para aparelhos de telefone celular. Sua empresa, a PalmSoft, já exporta games produzidos para celulares e recentemente desenvolveu um jogo exclusivamente para a empresa detentora dos direitos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Ele começou com um amigo a produzir softwares para palm tops, mas enxergou na fabricação dos games, uma paixão de infância, a possibilidade de crescimento. "Eu era fã desde os cinco anos, jogava Atari. Sempre pensei em fazer games até que eu e meu sócio decidimos investir nos conteúdos para telefones celulares, o que hoje é o principal produto de minha empresa", diz. "O mercado no Brasil está em franca expansão e há espaço para vários nichos no setor".

Principais vagas no setor

Game Designers: o designer é uma espécie de desenhista de jogos de computador. Ele é o responsável pelo o projeto do jogo, agrupa as idéias dentro do mapa e define de regras e consequências das ações dos personagens. O salário inicial de um game designer pode variar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. Um profissional com experiência e reconhecimento na área pode chegar a ganhar R$ 15 mil. O Brasil tem 15 cursos universitários na área, onde os alunos estudam Ciências da Computação, Matemática, Física e Redação.

Tester: o tester garante que o produto final testado está indo para o mercado sem erros ou falhas de programação. Ele joga exaustivamente o protótipo de um game em vários aparelhos diferentes para descobrir possíveis falhas. O salário inicial de um tester é de R$ 1,3 mil.

Músico: é responsável pela trilha e os efeitos sonoros especiais dos games (um raio, uma espadada ou o barulho de um soco por exemplo).

Programador: cria o software do game, precisando com cálculos os movimentos dos personagens e em que lugar na tela estarão expostas as vidas do jogador.

Produtor de game: é responsável pelo gerenciamento da produção de um game. Esta etapa se desenvolve em paralelo com todo processo de desenvolvimento de um jogo.

Roteirista: um game é parecido com um filme. A história do jogo é escrita contendo seus personagens principais e a trama. Ao longo do processo de elaboração do game, esse trabalho é refinado, incluindo personagens secundários, diálogos e tramas.

Level designer: responsável pelos cenários ou níveis do jogo. Ele mostra as diversas fases do jogo onde se desenrolará a história (aqui em Floripa encontramos apenas um level designer).

Artistas (ilustradores e modeladores 3D): elabora toda a parte visual do game, aquela que o jogador vai ter contato.

Redação Terra