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Videogames violentos não criam assassinos

02 de março de 2007 09h58 atualizado às 10h27

Os videogames matam? Não está determinado ainda se videogames violentos conduzem crianças a comportamento sanguinário, mas um novo estudo concluiu que jogos de tiroteio não transformam garotos em assassinos.

Karen Sterheimer, socióloga da Universidade de Southern California que pesquisa o assunto desde 1999, disse que culpar os videogames pela violência dos jovens deixa de considerar outros fatores importantes.

"Uma sinfonia de eventos controla a violência", disse Sterheimer, que começou sua pesquisa depois que alguns especialistas atribuíram ao videogame "Doom" a culpa pelo ataque a tiros contra a Columbine High School, no Colorado, durante o qual dois alunos mataram 13 pessoas e depois se suicidaram.

"Foi um acontecimento trágico e, felizmente, raro, e perceber que a discussão sobre suas causas começava, e muitas vezes terminava, em videogames foi decepcionante", afirmou ela.

O artigo de Sterheimer, "Videogames matam?", será publicado pela revista Context, da Associação Sociológica Americana, no momento em que a União Européia vem estudando proibir certos jogos violentos e harmonizar as penalidades impostas por seus países membros a varejistas apanhados vendendo esses produtos a menores de idade.

A pesquisa de Sterheimer, que envolve análise da cobertura jornalística e de estatísticas do FBI com relação ao crime juvenil, constatou que nos 10 anos posteriores ao lançamento de "Doom" -e muitos outros títulos de nome violento-, o índice de prisão de menores de idade por homicídios caiu 77 por cento nos Estados Unidos.

A probabilidade de que alunos sejam mortos em escolas nos EUA é de menos de sete em 10 milhões, de acordo com a pesquisadora.

"Se desejamos compreender por que os jovens se tornam homicidas, precisamos observar mais do que os jogos que eles jogam... (ou) perderemos algumas das mais importantes peças do quebra-cabeça", disse ela, mencionando violência na família e na comunidade, a alienação causada pela vida nos subúrbios e o menor envolvimento dos pais como outros possíveis fatores.

Sterheimer disse que culpar os videogames inocenta o ambiente em que a criança foi criada e também remove a culpa dos criminosos.

"O problema é complicado e merece mais que uma solução simples", afirmou.

Reuters
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