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R-Type Final

R-Type é um game extremamente difícil. Foto: Divulgação

R-Type é um game extremamente difícil
Foto: Divulgação

Está de volta R-Type, um dos clássicos arcade matamarciano, e o faz debutando no PS2 da Sony. Brilha com um aparato gráfico de sonho e nos oferece um catálogo de naves para escolher que é simplesmente um luxo.

  • Veja telas do game
  • Desde o despertar dos videogames, duas franquias de shooters espaciais fizeram escola e ainda em nossos dias continuam dando guerra. Uma é Nêmesis. A outra é R-Type. É que os paralelismos entre as duas sagas são importantes. Duas formas distintas de plasmar uma mesma mecânica de jogo.

    Os matamarcianos da Konami e Irem apareceram primeiro em versão recreativa em meados dos anos 80, e foi no MSX que eles se converteram em lendas. Naquele genial híbrido de console e computador da Microsoft, cresceram e se multiplicaram.

    Anos mais tarde, as duas franquias perderam a atenção das massas devido à incompreensível falta de interesse do público pelo gênero. Mas voltaram com força aproveitando-se da moda revival da SNES, PSX e do GBA com remakes que nos fizeram recordar porque são dois dos melhores expoentes da categoria arcade espacial.

    Vendo R-Type Final, comprovamos que pouco mudou em relação ao primeiro episódio, que data de 1987. Isso é mau? Pessoalmente, me inclino a pensar que não. Muitas companhias que pretenderam levar uma velha preciosidade do videogame para plataformas de nova geração tiveram extremo cuidado em relação à parte técnica, mas descuidavam da essência do título original. E os exemplos são muitos. Tantos, que nem vale a pena perder tempo falando deles.

    A verdade é que a última criação da Irem muito bem poderia ser definida como um remake do original ao qual foram incorporados os elementos de R-Type Delta (versão do jogo em PSX) corrigidos e aumentados graças ao potencial técnico do PlayStation 2.

    Tão bom quanto difícil
    Apesar da variedade de níveis de dificuldade que podem ser escolhidos, R-Type Final é extremamente difícil. Característica inata da saga. Inclusive jogando sob Baby, o nível mais baixo, teremos a sensação de que jogamos no nível normal de um jogo convencional quando chegarmos às fases finais. Dificuldade que, não obstante, não diminui nem um pouquinho a jogabilidade e a nossa fissura pelo produto.

    A enorme experiência da Irem nos matamarcianos se traduz num sistema de controle perfeito, idêntico às versões anteriores. Destacamos que no lugar das cápsulas de velocidade, podemos aumentar ou diminuir a aceleração da nossa nave apenas apertando os gatilhos L1 e L2.

    Final supera com louvor o capítulo do PSX, acrescentando numerosos FX visuais por partículas gerados pela engine: tempestades de areia, chuva, o efeito de líquido vivo visto, por exemplo, em filmes como Terminator 2 e Abismo, ondas de calor que distorcem objetos, além de uma infinidade de luzes, mísseis, lasers e explosões de proporções gigantescas.

    Os cenários seguem as pautas marcadas por R-Type Delta. Ambientes tridimensionais, ainda que vistos em perspectiva 2D que gozam de grande variedade entre si, mas que resultam muito curtos. É um dos defeitos que a séria arrasta consigo desde seus primeiros passos.

    A principal novidade das fases está em que existem versões diferentes de algumas delas esperando para serem descobertas pelo jogador. Em concreto o segundo, terceiro, sexto e sétimo níveis. Segundo as ações que realizemos durante o transcurso de uma tela, chegaremos a uma variação única da seguinte. Um método perfeito para potencializar a jogabilidade, que por outro lado é elevadíssima. Não em vão, R-Type Delta incorpora um total de 99 naves espaciais que vão sendo desbloqueadas à medida que avançamos.

    Tais naves possuem particularidades inatas. Umas têm como arma um par de tentáculos, outras têm lasers direcionados que atuam como um foco, outras lançam bombas de grande poder destrutivo, e assim por diante.

    A dificuldade dos chefões de nível é crítica, como não poderia deixar de ser em um episódio dessa saga. Para poder pulverizar algumas dessas bestas do espaço exterior, vamos suar sangue. É neste ponto que nos valem menos os "continues" infinitos: às vezes, nos veremos obrigados a ir desbloqueando naves cada vez mais potentes até toparmos com uma capaz de destruir um chefão de nível concreto.

    Terminamos comentado o curioso modo AI Vs. O modo AI Vs Mode é raivosamente original. Nele podemos escolher uma R-Type e lutar um contra um frente a outro modelo, no estilo de um Street Fighter galáctico. Dentro dessa modalidade encontramos a opção Campeonato, Battle, Passwords e o necessário Tutorial, onipresente nas distintas versões do jogo.

    R-Type Final é um grande shooter. Isso sim, só reservado a autênticos craques. Aqueles que presumíamos terem completado todos os antigos episódios de Némesis no MSX várias vezes consecutivas.

    Terra Espanha