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Demissões podem prejudicar futuro da série 'Modern Warfare'

19 de abril de 2010 14h36

Debandada de profissionais põe em risco qualidade de futuros jogos da série  Modern Warfare. Foto: Divulgação

Debandada de profissionais põe em risco qualidade de futuros jogos da série Modern Warfare
Foto: Divulgação

A produtora Infinity Ward, da cidade de Encino, Estados Unidos, responsável pelos jogos Modern Warfare (MW), spin-off da série Call of Duty (CoD), vive um momento de crise interna e vê uma dúzia de seus principais colaboradores deixarem a empresa (em menos de um mês e meio).

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Em março de 2010, a publicadora Activision (proprietária da produtora Infinity Ward), demitiu Vince Zampella e Jason West, então principais executivos da produtora e criadores da spin-off MW. A empresa afirma que demitiu os ex-executivos por violação de contratos e por terem faltado com suas responsabilidades fiduciárias.

A empresa ainda os acusa de fazerem de refém a produção de um terceiro jogo de MW.

Zampella e West entraram na Justiça contra a publicadora Activision, pedindo cerca de US$ 36 milhões em royalties e indenizações.

Semana passada, a dupla revelou a fundação da nova produtora de jogos eletrônicos Respawn Entertainment, que será independente e distribuirá (alguns de) seus títulos via Electronic Arts (EA), a maior rival da Activision.

Desde as saídas de Zampella e West, dez importantes profissionais pediram demissão e deixaram a empresa. Diz o site Kotaku, eles foram motivados pelas demissões de Zampella e West, "que eram considerados excelentes líderes", afirma o site.

As mais recentes saídas foram as de Mark Grigsby, líder de animação, e Paul Messerly, líder de animação de personagens. Grigsby passou os últimos cinco anos trabalhando e inclusive dublando alguns importantes personagens da série spin-off MW, enquanto Messerly trabalhou por oito anos na Infinity Ward e na extinta produtora 2015, fundada por Zampella e West.

Até agora, 12 saíram!

Conforme Michael Pachter, analista da consultoria Wedbush Morgan, a situação da produtora Infinity Ward tende a piorar e o número de demissões voluntárias pode chegar até 20.

Diz o site Kotaku, não é a quantidade de demitidos uma preocupação. A maior preocupação da produtora deve ser a qualidade desses profissionais. O site realça que a maioria debandada foi de líderes, gente experiente. Essa situação pode prejudicar o futuro da série, acredita o site.

A seguir, a lista de ex-colaboradores:

Bruce Ferriz: animador sênior
Francesco "Frank" Gigliotti: engenheiro de software líder
Jon Shiring: programador
Mackey McCandlish: designer líder
Mark Grigsby: animador líder
Paul Messerly- animador de personagem líder
Rayme Vinson: programador
Steve Fukuda: designer líder
Todd Alderman: designer líder
Zied Reike: designer líder

Activision vs EA (Zampella e West)
A produtora Respawn Entertainment é independente, dona de tudo o que criar, porém a EA será publicadora e distribuidora dos projetos que forem desenvolvidos via EA Partners, ou seja, os jogos que receberam o financiamento da EA.

Vince Zampella é o diretor geral, enquanto James West é o presidente da produtora.

A inauguração da produtora e a ligação dela com a EA representam algo maior: nada menos que a briga pela liderança no gênero de jogos de guerra e, sequencialmente, na indústria de entretenimento.

Os jogos de guerra são os mais vendidos e os mais caros entre todos os gêneros. Quer dizer, nos últimos anos quem lidera o segmento tender a liderar o mercado.

A EA é o segundo maior grupo independente da indústria de jogos eletrônicos. Adivinha quem é o primeiro: Activision Blizzard, que é proprietário da publicadora Activision e de mais de uma dúzia de produtoras.

Nos tribunais dos Estados Unidos, a dupla Zampella e West está em guerra contra a publicadora Activision. Os executivos dizem que foram demitidos injustamente, enquanto a Activision alega insubordinação e traição por parte de Zampella e West. A briga na justiça americana envolve cerca de US$ 36 milhões, dinheiro que inclui participação nos lucros, royalties e indenizações, conforme os ex-funcionários da Activision, que alega que ambos violaram contratos e responsabilidades fiduciárias.

As publicadoras Activision e EA são concorrentes na indústria de jogos eletrônicos. Por anos a EA dominou o gênero de jogos de guerra com as séries Battlefield (BF) e Medal of Honor (MoH), até que a Activision lançou a spin-off MW, renovando a série CoD e se tornando líder absoluta no gênero.

Atualmente, a série CoD tem mais de 55 milhões de cópias vendidas mundialmente e seu faturamento ultrapassou US$ 3 bilhões ao longo dos último sete anos. Aliás, somente a spin-off MW acumula mais de 39 milhões dessas cópias.

Enquanto Modern Warfare 2, lançado em novembro de 2009, é sucesso comercial, com mais de 25 milhões de cópias vendidas mundialmente, o mais recente jogo EA, Battlefield: Bad Company 2 é, conforme o jornal The New York Times, o melhor jogo, porque é "mais sofisticado, de maior imersão, muito mais divertido e simplesmente mais interessante (que MW2)".

Especial para Terra