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Disaster Report

Disaster Report, conhecido no Japão como Zettai Zetsumei Toshi, é um survival-horror diferente para o seu Playstation 2. No lugar de zumbis, enfrenta-se a fúria da mãe natureza, em uma cidade que sofre um terremoto dos maiores já registrados na escala Richter.

O jogo é uma desgraça tecnicamente, mas sua mistura de Resident Evil, Silent Hill e ICO é surpreendentemente competente e um bocado original.

Terror sísmico

Em Disaster você assume o papel de Keith Helm, um repórter que conseguiu um trabalho em Capital City, região central de Stiver Island, uma ilha artificial construída com o que há de mais moderno na arquitetura japonesa. Ainda no trem que o levaria à cidade, Keith experimenta o terror de um abalo sísmico que deixa a ilha em ruínas e o trem em que viajava prestes a cair no mar. Com sorte, alguns sobreviventes são resgatados via helicóptero, mas você ficou pra trás e agora terá que se virar para sobreviver neste cenário caótico, que continua a sofrer pequenos abalos.

Logo no começo você encontra uma companhia. É uma mulher que está presa em um vagão instável, quase caindo no mar. Se você vai até ela o peso fará o trem cair, é claro, portanto é preciso inventar uma outra forma para regatá-la com segurança. Você encontrou uma corda. ¿Will you take it? Yes or No?¿ ¿ é o clássico ¿survival-horror¿ residentevilano, mas em um cenário totalmente novo, onde seus inimigos não são feitos de carne decadente, mas de concreto.

Os diálogos dignos de um filme B não deixam dúvida: este é mais um jogo da família de Resident Evil e Silent Hill. Mas tem alguns elementos de ICO também, o que é bem interessante. O cenário gigantesco e aquela sensação de solidão de um sobrevivente numa cidade destruída lembram muito o jogo da Sony. Logo no começo você encontrará a garota do trem, que funciona como a Yorda de ICO, sofisticando os quebra-cabeças do jogo. Você pode inclusive chamá-la à distância com um grito e em alguns momentos puxá-la pela mão.

Quem gostou de ICO deve dar uma conferida em Disaster Report, pois é um dos poucos jogos com alguma semelhança, embora tenha um tema totalmente diferente e nem 10% do brilhantismo técnico de ICO.

Aliás, a parte gráfica e sonora é um péssimo cartão de visitas para esse jogo. Há muito slow-down, a imagem é borrada desnecessariamente em muitos momentos, e a câmera é um verdadeiro Disaster! É estranho que a equipe da Irem saiba como fazer um jogo de aventura de altíssimo nível, mas não tenha competência para produzir algo nos padrões modernos de gráficos e som. Pode ser problema de um orçamento limitado, mas o fato é que esta deficiência irá assustar grande parte do público.

A fragilidade da vida

Disaster é basicamente um jogo de exploração e resolução de puzzles, conceitualmente perfeito. Seu objetivo primário é escapar, bolando estratégias a la MacGyver para superar os obstáculos. Aos poucos, porém, suas motivações serão alimentadas por uma trama interessante, que explica a real causa do terremoto e apresenta alguns vilões básicos para dar aquele suspense extra.

Os desastres, especialmente, são impressionantes e grandiosos. Você pode estar andando calmamente e ver um prédio inteiro desabar na sua frente, carros e ônibus sendo amassados por concreto que desaba, enfim, todo o cenário sendo modificado em tempo real enquanto você joga.

Aquele ditado que diz que para morrer só é preciso estar vivo se aplica bem a Disaster Report. Você nunca sabe quando um pedaço do teto pode cair sobre sua cabeça e liquidá-lo de uma vez por todas. É verdade que essa característica rende algumas mortes inesperadas e, digamos, sacanas, mas é realista.

Keith, nosso corajoso repórter, depende também de água para não padecer. Há um medidor de sede que varia com o seu esforço físico (se correr demais, o nível cai mais rápido), e este exige que você tome certos cuidados, como se fosse uma segunda barra de energia.

E não é apenas a sua vida que depende das suas ações. Como em Silent Hill, suas decisões ao longo da aventura irão determinar que tipo de final ela terá. Se você termina com a mocinha loira, sozinho, quem morre, quem vive ¿ tudo depende do caminho que você seguiu em pontos-chave da jornada. Mais ou menos na metade do jogo há uma bifurcação na trama, e você deve escolher que rumo e com quem irá seguir. Com isso você pode terminar o jogo de uma maneira e mais tarde experimentar o que teria acontecido caso optasse pela outra direção. É uma idéia bacana que prolonga bastante a durabilidade do jogo.

O Veredicto: Independente dos defeitos técnicos, Disaster Report é um jogo bem ambicioso, imersivo, com uma ambientação interessantíssima e uma aventura totalmente verossímil. Recomendado para quem privilegia o conteúdo sobre a forma.

Outer Space
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