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Devil May Cry

Devil May Cry é o novo projeto de Shinji Mikami, criador da série Resident Evil. O jogo começou a ser programado em 2000, ainda como Resident Evil 4, mas mudou completamente de direção quando Mikami e seus asseclas decidiram optar por uma nova franquia, criando um título que misturasse o horror da famosa série de zumbis e monstros, com ação ininterrupta, digna de alguns dos melhores jogos de 8 e 16 bits.

Dinamite pura

Devil May Cry é uma mistura de Sword of the Berzerk, do Dreamcast, com Soul Reaver, além de ter toques de Onimusha e do próprio Resident Evil. Em resumo, é um jogo de ação onde você (na pele do protagonista Dante) tem que destruir tudo, percorrendo os mais tortuosos caminhos em vinte e poucas missões designadas para o jogador.

Inicialmente, você está armado com uma espada e dois revólveres que saem disparando chumbo para todo lado. Ao progredir você recolhe "almas" que são trocadas por itens e permitem fazer "upgrades" interessantes, como novos golpes, movimentos e armas (escopeta, lança-granadas, etc). Apertando um botão no controle - parecido com Sword of the Berzerk - você entra no "Devil Mode", e seu poder de destruição fica bem maior.

Avaliando os aspectos principais

Os gráficos de Devil May Cry, ao contrário do que muitos podem pensar, não são de segunda geração, e estão bem atrás de Gran Turismo 3, Ico e Metal Gear Solid 2. Os efeitos de luz não foram projetados para fazer sombras e iluminação realistas (a exceção da sombra do personagem), e até a água não está lá grandes coisas. Mas, mesmo assim, o jogo ostenta alguns cenários de cair o maxilar, e chefes de fase muito bem feitos.

O som é excelente, com efeitos de tiros, explosões e espadadas a todo momento. A dublagem dos atores consegue ser ainda mais ridícula do que em Resident Evil, e o sincronismo labial é praticamente inexistente. A trilha sonora é uma mistura de música clássica (com ênfase no gótico), techno e heavy metal, para embalar a jogatina desenfreada.

A jogabilidade é muito boa, os movimentos e golpes de Dante são facilmente controlados pelo jogador. É como se você estivesse jogando um título de ação em 2D do Super Nintendo ou Mega Drive, só que em 3D. Mas é exatamente nesta transição de dimensões que há um problema muito sério: os ângulos de câmera. Em Devil May Cry, você não pode controlar a câmera, e em muitas ocasiões, os ângulos "default" apresentados são péssimos, não permitindo um combate eficiente por não visualizar direito os inimigos.

Para complementar a jogabilidade, extremamente mecânica (você sai apertando botões e pronto), a Capcom adicionou uns 10% de exploração "a la" Resident Evil, onde você tem que procurar itens, chaves, e levá-los ao lugar certo; e mais 10% de RPG (você pode evoluir o personagem durante o jogo, além de comprar itens). Toda a ação é dividida em missões, talvez para cansar menos o jogador.

Quando a dinamite explode na sua mão...

O maior problema de Devil May Cry é exatamente a mesmice. Parece que durante todo o tempo da jogatina, você fica fazendo a mesma coisa. E realmente fica! O aspecto "cool" e o marketing esperto que a Capcom conseguiu implementar para o lançamento do jogo, atenua, mas não consegue disfarçar os seus defeitos.

Devil May Cry é um projeto totalmente ultrapassado conceitualmente, um resquício do que houve de melhor na era de 8 e 16 bits, só que totalmente adaptado aos padrões gráficos atuais. Tem boa jogabilidade, sem dúvida, mas no estilo Capcom vs SNK de boa jogabilidade.

Além do mais, se nota claramente que ele é um jogo improvisado, em todos os aspectos: ele nasceu de um acidente, e por sorte (ou competência) dos designers da Capcom, se tornou um franchise com alma própria.

Entretanto, seus defeitos de projeto não impedem que ele seja superlativo naquilo que se propõe a oferecer, e caberá ao jogador avaliá-lo de acordo com o seu gosto e maturidade gamística.

O Veredicto: Devil May Cry é o que há de melhor em ação "não cerebral" (anos 80) para os videogames da nova geração. É um jogo extremamente simples e manjado, inserido naquele clima Resident Evil que a Capcom domina. Para quem curte um frenesi básico, do tipo Crazy Taxi e jogos de luta 2D, Devil May Cry pode ser uma obra prima digna de adoração.

Outer Space
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