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LocoRoco

LocoRoco permite salvar o mundo com dois botões. Foto: Divulgação

LocoRoco permite salvar o mundo com dois botões
Foto: Divulgação

Diante da escassez de bons jogos e da infestação de títulos multiplataforma convertidos do PS2, ser o melhor e mais original lançamento para o PSP desde Lumines é o mínimo que se pode esperar de LocoRoco. Mas esta produção de um estúdio recém-formado na Sony tem ambição bem maior, e consegue desde já um status que dificilmente será ofuscado por qualquer outro no PSP: é o jogo mais feliz e "bonitinho" já feito.

LocoRoco também é capaz de estabelecer recordes pelo minimalismo de seu design, que introduz um controle por apenas dois botões e objetivos que não vão muito além de ver uma bolota rolar por um cenário.

Como uma variação bem original do estilo de plataforma de Mario e Sonic, LocoRoco é quase todo controlado pelos botões L e R dos ombros do PSP, que também inspiram as letras maiúsculas no título do jogo. Temos um herói na forma de uma simples bolota gelatinosa, com sorriso e olhos de um emoticon, mas na verdade controlamos o planeta, que sacode e tomba, fazendo os esféricos LocoRocos rolarem por sua superfície.

O objetivo é sempre levar as bolotas do ponto A ao B, até o fim do cenário, onde uma árvore irá brotar e ajudar a espantar as criaturas invasoras: os Mojya, também esféricos, mas de dreadlocks, com dentes afiados e apetite para comer os LocoRocos. Durante o percurso, a bola poderá engordar comendo parte da flora local, e caso esteja grande demais para atravessar uma fresta qualquer, poderá ser dividida em várias bolinhas, bastando ao jogador clicar no botão de círculo (note a obsessão por bolas).

A jogabilidade é totalmente baseada na física, que define as reações entre as bolotas ¿ que se comportam como bexigas cheias de água ¿ e a imprevisibilidade do cenário, que traz mais surpresas e desvios que uma mesa de pinball. Enquanto rola alegremente pelo cenário, a bola pode ser sugada por uma criatura, mastigada por outra, levada por uma corrente de vento, deslizar por trechos com neve ou passar por engrenagens e se dividir em várias bolinhas, muitas vezes de forma imprevisível e incontrolável, o que cria a sensação de estarmos assistindo a uma coreografia muito bem bolada pelos scripts e cenários do jogo, e nem sempre no controle da ação.

De fato, LocoRoco diverte não tanto pela simplicidade da jogabilidade, mas mais pelo show proporcionado pelas reações das bolinhas ¿ que irão se meter nos lugares mais inusitados ¿ e pela alegria e beleza do que se vê na tela do PSP. Do ponto de vista estético, este é um dos jogos mais incríveis já feitos, uma mistura de um engenhoso programa de física com o estilo ¿cute¿ que só mesmo os japoneses seriam capazes de inventar.

É possível ter uma boa impressão do estilo ¿bonitinho¿ e alegre de LocoRoco pelas dezenas de imagens publicadas na nossa galeria, mas é necessário ter o PSP nas mãos, escutar as músicas incríveis do jogo e descobrir que cada bolinha está cantando e acompanhando as melodias em perfeito sincronismo labial para se converter totalmente à idéia e jogar LocoRoco da forma com que seu designer, Tsutomu Kouno, pretendia: sorrindo.

A bolinha amarela básica de LocoRoco é sorridente e canta em coro como se personificasse várias colegiais japonesas de 12 anos ¿ tão ¿cute¿ que faz a Hello Kitty parecer um Marine de Gears of War em comparação. Mas como se ela não bastasse, cada um dos cinco mundos percorridos nos introduz a uma nova bolinha, às vezes superior em estilo à anterior, cada qual com sua música tema própria, como o raggamuffin da vermelha jamaicana, ou o funk da bolinha preta. Entrar em detalhes da bolinha rosa, francesa, seria embaraçoso demais para esta análise, mas sua música com sanfonas ao fundo é uma das mais memoráveis de LocoRoco.

O jogo é extenso, até mais do que o necessário diante da simplicidade e falta de desafio da jogabilidade. São oito cenários, incluindo alguns exóticos dentro do corpo de uma baleia ou de um pingüim, que se repetem por cinco mundos até salvar o planeta no final. Há alguns momentos brilhantes no design de fases e vários caminhos secretos a serem descobertos em cada cenário, mas a tarefa de rolar a bolinha de um lado para o outro e assistir às maluquices que virão torna-se repetitiva logo e não há muito, além de alguns mini-games desbloqueáveis (um é interessante, outros apenas engraçadinhos) e uma Loco-casa para montar e ver a bolinha passear, para manter a ótima impressão por longo prazo.

O Veredicto

Assim como Lumines, LocoRoco mostra que a combinação entre música e boa arte gráfica é o melhor caminho para o sucesso no PSP. Trata-se de um jogo incrível em estilo, original e minimalista na jogabilidade e tão alegre que chega a ser constrangedor exibi-lo em público. A jogabilidade falha ao não trazer variedade a longo prazo, mas até onde dura serve para momentos de pura alegria, suficientes para deixar um sorriso permanente estampado na cara.

Prós

  • Visual excepcional;
  • Músicas para ficar na cabeça por muito tempo;
  • Facílimo de jogar, bom para os casuais;
  • Descobrir as novas bolinhas é um grande barato;
  • "Cute" e japonês até não poder mais.

    Contras

  • Jogabilidade repetitiva e básica demais;
  • Sem desafio: é quase impossível morrer.
Outer Space
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