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Após 14 anos de censura, Microsoft lança Xbox One na China

30 set 2014 - 17h32
(atualizado às 17h33)
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<p>Xbox One começa a ser vendido na China</p>
Xbox One começa a ser vendido na China
Foto: Reuters

Após 14 anos de proibição, a Microsoft voltou a vender video games na China nesta segunda-feira (29). O Xbox One chega às lojas do país para competir com o mercado negro de consoles.

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O novo console, que começou a ser vendido internacionalmente em novembro de 2013, está disponível em mais de 4.000 pontos de venda de 37 cidades chinesas, segundo a empresa.

No entanto, ainda não parece haver muita demanda pelo produto, principalmente porque apenas 10 jogos foram autorizados até o momento, quantidade incomparavelmente inferior ao que é comercializado ilegalmente.

Consoles como PlayStation 3 e Playstation 4, da Sony, e o próprio Xbox 360, da geração anterior da Microsoft, podem ser encontrados facilmente em diferentes mercados especializados de grandes cidades, como Xangai, junto a vários jogos, importados de forma informal (não estão autorizados, mas são vendidos em público e sem repressão das autoridades) e sem passar pela censura.

Da mesma maneira que a Microsoft faz há um ano, a Sony criou em maio uma empresa mista para fabricar consoles na Zona Piloto de Livre-Comércio de Xangai (ZPLC), o que permite sua entrada excepcional na China desde 2013, mas ambas as empresas deverão competir contra os próprios modelos ilegais a princípio.

"O Xbox One vende menos que os outros consoles, talvez de 20 compradores, apenas um leve o produto, porque ele ainda conta com poucos jogos, ainda mais se comparado com os da Sony, que têm mais jogos disponíveis" (embora todos entrem irregularmente no país, por enquanto), disse à Agência Efe um vendedor especializado do bairro de Xujiahui, que pediu anonimato.

<p>Poucos jogos disponíveis ainda é problema para competir com mercado negro</p>
Poucos jogos disponíveis ainda é problema para competir com mercado negro
Foto: Javier Laspiur / Reprodução

"Até agora, pouquíssimas pessoas compraram o Xbox One. Algumas lojas nem receberam o console ainda. Outro motivo é que (os Xbox) são menos populares que os outros", comentou Li Fuxiang, funcionária do popular complexo comercial Meiluocheng.

Sobre o baixo número de jogos disponíveis até o momento, Li atribuiu o problema ao bloqueio de regiões de uso do Xbox 360 e do Xbox One.

"Se alguém comprar o console de versão americana, só poderá jogar os jogos (vendidos irregularmente, por enquanto) dos Estados Unidos. Se comprar a versão chinesa do Xbox One, só poderá usar os jogos chineses. Já os modelos da Sony (ainda ilegais), rodam os jogos do Japão, da Europa e dos EUA", explicou.

Segundo Li, a grande vantagem da chegada do Xbox One é o Kinect, que pode reconhecer, sem contato físico, gestos e comandos de voz do usuário, podendo ser usado até para fazer exercícios e dançar, o que o torna "bastante adequado para jogar em família".

Responsável pela única loja expositora da marca Microsoft do complexo Meiluocheng, Zhu Yuantai garantiu à Efe que a procura é grande pelo Xbox One. De acordo com ele, mais de cem pessoas perguntaram pelo console nas três primeiras horas de venda desta segunda-feira.

"Já vendemos alguns, muitos clientes tinham reservado e efetuado o pagamento há meses", explicou. O comerciante espera que as vendas cresçam nas próximas horas, embora muitas pessoas tenham entrado na loja apenas para ver como o Kinect funciona.

O preço oficial de venda na China é de 4.299 yuanes com Kinect (R$ 1,6 mil), e de 3.699 yuanes sem o acessório (R$ 1.470). Apesar disso, em quase todos os pontos de venda consultados pela Efe era possível conseguir facilmente preços ligeiramente menores.

Em junho de 2000, sete ministérios chineses, liderados pelo de Cultura, proibiram a fabricação e venda de consoles de video games no país. O motivo foi a preocupação pela possível influência que os aparelhos pudessem ter sobre os jovens chineses, embora o mercado da pirataria continue a todo o vapor.

EFE   
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